Durante esta semana, estivemos com uma presença muito especial na Casa Brasil de Santarém. Trata-se do multi-artista da Fundação Curro Velho, de Belém, Jean Negrão, que veio a Santarém através da parceria cultural desta Fundação com a Unidade, contribuir com o novo espetáculo do Teatro Amador Manatee, formado por um grupo de crianças, jovens e adultos da Grande Área do Santarenzinho e do Maracanã. Para inaugurar este novo quadro de entrevista neste blogão, a equipe de comunicação e cultura da Casa Brasil, bateu um papo com Jean Negrão, que conta um pouco de sua trajetória cultural. Vamos prestigiar!
Minha vida
Jean Negrão – Eu venho de uma família artística, porém na minha adolescência não tínhamos muito acesso a arte. Minha mãe é uma das maiores figurinistas de Belém e eu também fui seguindo os passos dela, as minhas irmãs são bailarinas formadas. No ano de 2000, foi implantado na cidade de Belém pela Prefeitura, um projeto chamado Aldeia Criança, no qual me interessei e entrei no projeto. Logo após no ano de 2007, fui convidado por Cláudio Rêgo, gerente de artes plásticas e do Superintendente Valmir Bispo para participar da Fundação Curro Velho.
Em toda a minha vida sempre gostei de arte, mas o meu amor mesmo é o palco, me emociono cada vez que tenho a oportunidade de está dançando e interpretando. O meu grande fomento é o carnaval, sou carnavalesco figurinista. Para mim, Arte sem emoção não é arte! O meu trabalho é baseado na emoção das pessoas, o sentimentos que cada uma delas tem, sem regras, mas é claro que com todo preparo técnico e profissional.
Fundação Curro Velho e Casa Brasil
Jean Negrão – A Fundação Curro Velho quer alcançar projetos que tenham o seu perfil, assim com a Casa Brasil, projetos que trabalhem com a sociedade com pessoas de todas as idades, e que gostem de fazer a diferença. Essa parceria é de muita importância, pois na Fundação trabalhamos com a arte mas não temos tanto contato com a cultura digital, por outro lado a Casa Brasil de Santarém trabalha com cultura digital, mas não tem tanto acesso a arte em geral. No entanto, os dois tem algo em comum que é o trabalho social e a valorização de cada pessoa, por isso que parceria tem tudo pra dar certo, e eu sei que vai dar, estamos muito felizes.
Na sua opinião, qual é a maior dificuldade pra quem quer trabalhar com o teatro, e com a arte em si?
No Pará ainda existe muito o teatro amador, e a maior dificuldade é a profissionalização das pessoas, precisa ser ofertadas oficinas, cursos superior, pois é essa uma grande carência. Na arte em si, a maior dificuldade é ter paciência. Muitas pessoas querem que tudo aconteça no primeiro contato, ou então, só estão ali para realizar o sonho de outras pessoas e quando descobrem que tudo necessita de tempo e de perseverança, acabam desistindo. Mas na verdade tudo é uma questão de tempo, temos que sempre está nos aperfeiçoando e querendo aprender mais, pois assim como os softwares mudam, a arte também sofre mudanças. O amor pelo que fazemos é o principal diferencial. Vai e faz a diferença!
O que você espera do Teatro Manatee da Casa Brasil?
Jean Negrão – Eu estou muito feliz, pois vi o grande potencial que cada pessoa tem, eu sei que iremos arrasar. Eu espero um mega espetáculo, não de custo financeiro, mas de emoção e de realização, nossa peça teatral é voltada para a natureza e a sua preservação. Trabalharemos com o sentimento de amor pelos rios, pelos animais, vai ser uma peça cômica, muito engraçada, mas o nosso objetivo não é somente fazer as pessoas rirem mas que elas possam sentir a moral da história. Ao assistir esta apresentação, se pelo menos as pessoas se conscientizarem do mal que elas estão fazendo contra a natureza e querer de alguma maneira, mudar essa realidade, já saíremos muito felizes. Toda arte tem que ter um conceito, que os nossos conceitos e objetivos possam ser alcançados.
Repórter da equipe de Comunicação CBS: Eliane Canté